Foi um dia para esquecer o que se passou ontem, um pouco por cada canto da Ilha da Madeira. Deflagraram inúmeros fogos que colocaram as corporações de Bombeiros no combate, que mesmo assim foram poucos para evitar males maiores.
Em toda a minha vida, nunca vi nada que se possa comparar com o que vivi ontem, nada pode descrever o que vi e o que senti ao ver a minha terra completamente “queimada”. Já vi imensos fogos no Continente, na televisão, vi imagens de pessoas desesperadas ao perder as suas coisas (aliás não tolero imagens que mostram o sofrimentos de pessoas nestas situações), mas estar a umas centenas de metros do fogo, faz-nos viver os momentos de outra forma. É realmente horrível, ouvir os gritos de desespero e aflição das pessoas, que as suas casas começam a ser atacadas pelas chamas.
Sinceramente, sou da opinião que o fogo teve mão criminosa, como a maior parte dos fogos. Tudo por interesses! Para poderem comprar o que foi destruído e começar a construir algo
Foi uma noite mal dormida, sempre com o pressentimento se as chamas pudessem ou não voltar. Felizmente, pelo menos aqui perto da minha casa, as chamas conseguiram ser controladas, no entanto outras tantas zonas continuavam a ser lavradas pelo incêndio.
De louvar, uma vez mais, é o desempenho prestado pelos soldados da paz que reuniram todos os esforços e “conseguiram” estar em cima dos acontecimentos de modo a não permitir uma maior propagação dos fogos, mesmo com faltas de meios como um helicóptero, no auxílio ao combate. Mesmo assim, um homem não conseguiu sobreviver após ter salvo a sua mulher.
Um pedido a todos: ao verem movimentos estranhos perto de matas, não deixem de informar as autoridades, eles saberão como proceder. Tome cuidado com as queimadas, cigarros e não parta objectos de vidro e as atire para as matas. Preserve o que é nosso.